Tech Day Saúde-MG apresenta inovações tecnológicas para a gestão do SUS

Evento realizado em Belo Horizonte reuniu gestores, profissionais de saúde, especialistas e acadêmicos para compartilhar estratégias aplicadas à saúde pública

As inovações tecnológicas permitem ampliar a oferta de serviços, políticas públicas de saúde e podem melhorar a qualidade de vida da população. Para beneficiar e integrar o Sistema Único de Saúde (SUS) mineiro com as novas tecnologias, o Governo de Minas realizou, nesta quarta-feira(10/7), em Belo Horizonte, o Tech Day Saúde-MG.

Crédito: Carol Souza

O evento, que teve o apoio do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seigidi), e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), recebeu gestores e profissionais de saúde de entidades públicas e privadas, acadêmicos e interessados em tecnologia para o SUS.

Para o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, o Tech Day Saúde-MG marca a atuação do estado de Minas Gerais como um ator importante na modernização e inovação da gestão da saúde no Brasil.

“Temos trabalhado e investido recursos para enfrentar os desafios contemporâneos do SUS e contribuir com um sistema de saúde mais ágil, adaptável e capaz de responder prontamente às necessidades dos mineiros”, salientou Baccheretti.

“A saúde digital passa por várias frentes, como a teleconsultoria, que será uma realidade para oito macrorregiões mineiras já nas próximas semanas, e a gestão de dados, que é um grande desafio, porque temos várias fontes de dados que não conversam entre si e por isso não chegam de forma estruturada para subsidiar as tomadas de decisão”, pontuou.

“Então esse será o nosso próximo passo em Minas Gerais: integrar os dados para conhecer melhor a população e melhorar os processos de gestão”, anunciou o secretário.

“O Tech Day nos trouxe essas ferramentas, com as trocas de experiências com outros estados e a apresentação de iniciativas para tornarmos o SUS mais eficiente, dar mais acesso à população e reduzir os desperdícios na área da saúde”, declarou Baccheretti.

Ana Stela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, apresentou o modelo de incentivo financeiro e as principais diretrizes do programa federal SUS Digital, que visa digitalizar e integrar serviços de saúde, oferecendo maior eficiência e acessibilidade aos usuários do Sistema Único de Saúde.

“A iniciativa da SES-MG se articula com esse programa, que objetiva fortalecer os princípios do SUS para garantir o acesso da população aos serviços de saúde. Para isso, é necessário produzir informações confiáveis que possibilitem facilitar a tomada de decisão e o monitoramento das ações”, avaliou.

Rafael Paiva, assessor chefe de Tecnologia e Informação da SES-MG, apresentou o caminho percorrido para a implantação do programa SUS Digital no estado, que teve adesão de todos os municípios mineiros, e reiterou o potencial do programa. “As novas ferramentas tecnológicas integradas ao SUS são uma política estruturante, que fortalecem o vínculo da população com as unidades de saúde e permitem também melhorar os indicadores de saúde e a qualidade de vida das pessoas”, afirmou.,

“A ideia é unificar esses diversos sistemas que estão fragmentados e entregar, de uma maneira uniforme, para os municípios poderem consumir esses dados em seus processos de gestão”, explica Rafael Paiva, assessor chefe de Tecnologia e Informação da SES-MG.

O presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Edivaldo Farias, ressaltou que o papel dos gestores municipais é também o compartilhamento de dados com outros gestores e a sociedade.

“Os municípios compreenderam que é fundamental integrar os dados de saúde para visualizar as necessidades reais da população, monitorar as ações e garantir o suporte às decisões”, reiterou.

Governança de dados

O Centro de Inteligência Estratégica para a Gestão Estadual do SUS em Minas Gerais (Cieges-MG), foi lançado durante o evento. Parceria entre a SES-MG e o Conass, o Cieges-MG vai atuar como elo essencial entre a coleta de dados e a implementação de estratégias no SUS.

“Para a construção do Cieges mineiro, trabalhamos com alguns eixos, como a capacitação constante das pessoas, a reestruturação dos processos da tecnologia da informação na Secretaria e um método de captação e monitoramento de dados”, explicou Rafael Paiva.

Para a troca de experiências entre os estados que implantaram ou estão em processo de implantação do Cieges, o evento contou com representantes de Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

“A troca de experiência permite criar um canal essencial para a disseminação de boas práticas, conhecimentos e soluções entre os gestores estaduais. E essa troca deixa claro que o ponto de partida das SES-MG foi o mesmo das outras secretarias de saúde estaduais, ou seja, a necessidade de integrar e reunir os dados que já existem em um ambiente amigável, de fácil acesso e leitura” avaliou, Poliana Cardoso, secretária adjunta da SES-MG.

Sandro Tarebe, gerente da rede Cieges do Conass, também destacou a importância de uma rede integrada e acessível. “A integração dos dados nos permite verificar os impactos das políticas públicas do SUS e o Cieges desempenha um papel crucial na articulação entre as diversas áreas e os conhecimentos técnicos, promovendo essa integração na gestão do sistema público de saúde”, salientou.

Saúde conectada

Considerando que um paciente possa estar vinculado tanto à rede pública quanto à rede privada de saúde, a SES-MG tem construído parcerias também com a rede suplementar.

“Integrar as informações do setor público e privado evita gastos desnecessários e amplia o conhecimento disponível sobre a situação de saúde dos pacientes. Um paciente não precisa realizar exames iguais nas duas redes, os resultados podem ser compartilhados”, explicou o secretário Fábio Bacchereti.

Frederico Peret, presidente da Unimed BH, afirmou que as soluções tecnológicas são altamente necessárias para tornar os serviços de saúde mais eficientes e sustentáveis. “É importante que a rede suplementar esteja trabalhando conjuntamente com a rede pública. Por isso, devemos traçar pontos para iniciar um compartilhamento de dados das redes de saúde”, afirmou Peret.

Os avanços da inteligência artificial e aplicação na saúde também foi outro tema abordado no Tech Day Saúde-MG. Segundo Tom Ribeiro, coordenador do Setor de Inovação e Pesquisa do Hospital das Clínicas da UFMG, a tecnologia é capaz de melhorar o acolhimento e o atendimento. O médico citou o exemplo das consultas de telessaúde, que respondem às urgências cardiovasculares nas Unidades Básicas de Saúde.

“A rede permitiu a captura de dados para avaliar as informações da evolução da saúde cardiovascular da população. Com esses dados conseguimos utilizar a inteligência artificial para fazer diagnósticos eficazes e automatizados”, explicou.

O Tech Day abordou também a interoperabilidade dos sistemas, que se refere aos padrões, protocolos, tecnologias e mecanismos que permitem que os dados fluam entre diversos sistemas permitindo a compatibilidade e o compartilhamento de informações.

“Estamos construindo sistemas mais seguros, protocolos e melhorias para permitir a oferta de informações para os usuários e gestores do SUS . O caminho é possibilitar um ambiente distribuído de informação entre as redes”, afirmou Rafael Paiva.

Durante o evento, foram apresentadas ainda outras iniciativas para facilitar os processos de gestão de dados, de informação e de comunicação, como o projeto AlexSUS, assistente virtual para uso dos servidores da SES-MG, e o PoC do HubGOV, que permitirá compilar os dados da saúde em um só sistema.

Por Jornalismo SES-MG