O secretário estadual da Saúde de Goiás, Rasível Santos, destacou o legado da saúde brasileira no combate à pandemia da Covid-19. “Dentre os principais exemplos deste legado temos nos Lacens (Laboratório Centrais de Saúde), a a execução de exames PCRs , abrangendo toda a questão genética, e também a capacidade de fazer gestão baseada em dados, levantando dados para fazer gestão em tempo real”, citou, no seminário Internacional O Desafio da Sustentabilidade dos Sistemas Universais de Saúde nas Américas, na tarde desta terça-feira (29/10) e que segue até quarta-feira (30), em Brasília.
Com o tema “Capacidade de resposta dos sistemas de saúde às emergências sanitárias: o que aprendemos com a pandemia da Covid-19?”, o painel trouxe ainda as experiências da Guatemala e de Quebec, no Canadá. O secretário lembrou que analisar o legado é extremamente importante, porque direciona o aprendizado. “É preciso ter por escrito, num plano de emergência, plano de hospitais, com protocolos definidos para vencermos uma próxima epidemia ou pandemias, porque elas virão”, ressaltou, após as apresentações do presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Fábio Baccheretti; e do diretor Nacional de Saúde Pública de Quebec (Canadá), Luc Boileau.
Importante ressaltar as respostas do Governo de Goiás nos mais três anos da pandemia – que teve o início declarado em 11 de março de 2020 e encerramento em 6 de maio de 2023, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse período, Goiás distribuiu mais de 14,1 milhões da primeira dose da vacina contra doença, mais de 5 milhões da dose única ou segunda dose e mais de 2 milhões da dose de reforço. O porcentual de crianças vacinadas chegou a 45,1%. Ainda assim, o Estado somou mais de 1,3 milhão de casos confirmados e 26,5 mil óbitos. Em todo o País, foram 38 milhões de casos confirmados e 708 mil óbitos registrados.
Emergências em Saúde Pública
Outra medida tomada pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) foi a instituição, na Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), da sala de Emergências em Saúde Pública, como experiência de aprendizagem após a pandemia. Foi instituído ainda um comitê técnico para elaboração do Plano de Emergências em Saúde Pública Estadual, para orientar respostas rápidas que as áreas da saúde precisarem dar às emergências que surgirem em Goiás.
Entre essas emergências, podem ser citadas enchentes, secas, surtos de doenças infecciosas, eventos químicos ou biológicos, pandemias, crises humanitárias, entre outros. O objetivo do plano é controlar, prevenir ou minimizar os impactos adversos sobre a saúde pública. Outras ações em curso são a formalização e elaboração da estrutura organizacional dos Comitês Executivo e de Governança do projeto, bem como a definição da supervisão e liderança do Plano de Emergências Estadual, acompanhamento das ações atribuídas aos Grupos de Trabalho e prazos para o cumprimento das mesmas.
Realização do Conass
Realizado pelo Conass, no Centro de Convenções Parque Cidade Corporate, em Brasília – com transmissão on-line no portal do conselho –, o seminário internacional tem apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana na Saúde (Opas/OMS). A conferência magna, “Como compatibilizar crescimento econômico, meio-ambiente, desenvolvimento humano, inovação e sustentabilidade visando a felicidade?”, foi ministrada pelo ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque.
Entre outros painelistas, estão presentes ainda a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e seus colegas Karina Rando, do Uruguai; Nicolas Kreplak, da Província de Buenos Aires (Argentina); e o secretário de Saúde do México, Jorge Alcocer Varela. Participam ainda do evento outros representantes da política e gestão estaduais, profissionais de saúde, representantes de instituições ligadas à área, instituições acadêmicas, políticas e de gestão.
O objetivo do seminário internacional é debater sobre como os sistemas de saúde precisam se organizar para vencer as realidades impostas, levando em consideração as experiências de outros países e do Brasil, acerca de questões relevantes que vão desde a capacidade de resposta às emergências sanitárias, à participação da sociedade, à força de trabalho e do financiamento, à governança, à regionalização e às redes de atenção à saúde. Como produto, será publicada uma coletânea com os artigos preparados pelos expositores e com os resultados propositivos feitos durante os dois dias do seminário internacional.
José Carlos Araújo/Comunicação Setorial
Foto: SES-GO