A Secretaria Estadual da Saúde (SES) lançou nesta semana uma campanha de mídia contra o trabalho infantil. Uma peça de rádio estará em divulgação em emissoras do Estado até o fim da semana. O trabalho infantil representa maior risco de adoecimento, de acidentes, de desestruturação da personalidade e inadequada inserção social.
O combate abrange diversos órgãos e entidades. Por parte da saúde, a SES, através do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, realiza o monitoramento dos casos que já evoluíram para algum dano, como acidentes ou até óbitos. Por isso, uma das áreas em que a secretaria desenvolve ações é na sensibilização dos profissionais da saúde, que, ao atender uma criança, podem identificar situações que enquadram-se como trabalho infantil, condição que precisa ser notificada às autoridades.
De acordo com a Divisão de Vigilância em Saúde do Trabalhador da SES, somente neste ano, o Rio Grande do Sul já teve 351 notificações deste tipo. Dessas, 13 casos envolveram crianças entre os 5 e 13 anos, 38 entre os 14 e 15 anos e 300 com jovens de 16 e 17 anos. Ao todo, o ano passado teve quase 900 casos dessa natureza.
Entre os principais impactos à saúde, estão o abalo à capacidade de expressão e de compreensão, retardo no desenvolvimento, desnutrição, fadiga precoce, entre outros. Essas consequências podem, inclusive, trazer sequelas que causem incapacidade parcial ou total para o trabalho na vida adulta.
Características comuns à idade amentam os risco de acidentes entre crianças e jovens, como imaturidade, desconhecimento dos riscos, distração, comportamento de competição e menor coordenação motora. Além disso, destacam-se os fatos de que muitas das tarefas por elas realizadas são inadequadas a sua capacidade, assim como os ambientes e instrumentos de trabalho desenhados para adultos, não adaptados às suas características psicofisiológicas.
O Sistema Único de Saúde no Brasil dispõe hoje de uma estratégia chamada Rede Nacional de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador (Renast). Com o objetivo de estruturar ações assistenciais, de vigilância em saúde e de promoção da saúde, a rede propõe-se a articular linhas de cuidado na atenção básica e outros serviços ambulatoriais. No Estado, a rede é composta por unidades municipais e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest).
Em junho é lembrado o Dia Contra o Trabalho Infantil. – Foto: Divulgação/SES