Hospital Padre Tiago Providência de Deus, em Jataí, tem 12 poltronas especiais de quimioterapia, com capacidade para 570 infusões por mês, além de mil consultas e 50 cirurgias oncológicas
Nos últimos meses o Hospital Padre Tiago Providência de Deus, em Jataí, virou a extensão da casa de dona Mara Silvia Ramos (foto). Aos 68 anos, ela foi diagnosticada com câncer e frequentemente está na unidade de saúde para o tratamento e uma série de exames.
“O atendimento é uma beleza, desde as meninas da limpeza, recepção, enfermeiras, médicos. Bom demais”, resumiu a idosa. Em poucos minutos, desloca-se de casa para o hospital, e vice-versa. “Muito cômodo”, completou sobre poder se tratar na cidade onde mora.
Até junho do ano passado, qualquer paciente com o quadro semelhante ao de Mara teria de ser encaminhado para uma unidade especializada. Na maior parte das vezes, Goiânia era o destino dos portadores de câncer. Neste caso, a idosa precisaria viajar mais de 640 quilômetros (ida e volta) para uma única consulta. Não mais. Mara foi uma das primeiras pacientes a ser atendida na ala oncológica do Hospital Padre Tiago, inaugurada pelo governador Ronaldo Caiado em julho último. A partir de um convênio com a Secretaria de Estado da Saúde, o hospital realiza atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) no local.
A ala oncológica de Jataí tem 12 poltronas especiais de quimioterapia, com capacidade para 570 infusões quimioterápicas por mês, além de mil consultas e 50 cirurgias oncológicas. Tudo é financiado pelo Estado via repasse mensal de mais de R$ 900 mil.
Para o médico oncologista Bruno Machado Rezende Ferreira, essa regionalização humaniza o atendimento, já que os enfermos não precisam mais percorrer longas distâncias, e contribui com o diagnóstico precoce. “O grande ganho da região é o tratamento próximo de casa. Isso muda drasticamente a sobrevida e até mesmo o índice de cura dos pacientes”, observou.
Leitos de UTI
O convênio firmado entre o Estado e o hospital filantrópico de Jataí também viabilizou a abertura de sete leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Aos 71 anos, José Rodrigues da Silva precisou de um tratamento intensivo em decorrência de um problema gastrointestinal e foi regulado para um desses leitos em Jataí, município mais próximo de Montividiu, onde mora. Ocupou uma das unidades durante 30 dias, até receber alta. “Fui muito bem tratado, e o que é melhor, perto dos meus filhos, da minha família”, lembrou.
Pensando em pessoas como o senhor José é que Caiado também firmou convênios em outras regiões do Estado. Só em 2019, abriu 58 novos leitos de UTI pelo interior. Além de Jataí, foram 10 na cidade de Goiás (Hospital São Pedro de Alcântara); quatro em Ceres (Hospital Dr. Domingos Mendes); 12 em Catalão (cinco na Santa Casa de Misericórdia e sete no Hospital Nars Faiad); e 25 em Nerópolis (Hospital Sagrado Coração de Jesus). Em Goiânia, que recebe pacientes de todas as regiões, o Governo de Goiás abriu 21 leitos de UTI, sendo 10 pediátricos.
Tais convênios também cobrem casos menos graves ou eletivos. Em cada unidade onde o Governo de Goiás firmou acordo, foi avaliado qual serviço poderia ser ampliado, melhorando a capacidade e contribuindo com a meta de zerar filas. Em Anápolis, por exemplo, a Santa Casa de Misericórdia está recebendo um repasse que permite a realização de 93 novas cirurgias eletivas todo mês. Já a Santa Casa de Misericórdia de Catalão, que atende a região Centro-Sudeste, viu sua capacidade de cirurgias urgentes e eletivas aumentar em 100 por mês.
Metas para 2020
Compromisso firmado pelo governador Ronaldo Caiado, as Policlínicas são a aposta do Governo de Goiás para concluir mais uma etapa da regionalização da saúde. Com elas, as pessoas poderão ser assistidas por médicos capacitados em sua própria região, sem precisar percorrer longas distâncias em busca de diagnóstico ou tratamento. “Vamos dar dignidade para as pessoas. Aqui [em Goiás] vai ter tratamento correto na área da saúde”, garantiu o governador.
Localizada no Nordeste goiano, a mais de 500 quilômetros da capital, Posse será a primeira cidade a receber uma Policlínica. A unidade contará com 19 especialidades a partir de fevereiro, quando será inaugurada, oferecendo cerca de 10 mil consultas e 25 mil exames de diagnóstico por mês. Isso vai oportunizar atender, no mínimo, 31 municípios da região.
Secretário da Saúde, Ismael Alexandrino adiantou os detalhes sobre a Policlínica de Posse: “Teremos cardiologia, endocrinologia, nefrologia, ortopedia, ginecologia, obstetrícia, pediatria, oftalmologia e otorrino. Também haverá especialidades não médicas, como fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e assistência social, além da enfermagem, que é a grande coluna vertebral do serviço de saúde”. Faz parte do plano do governo estadual disponibilizar transporte para buscar os pacientes, um conforto ao cidadão que precisa da saúde pública.
A Policlínica é uma unidade de média complexidade e atuará no apoio diagnóstico e orientação terapêutica. Nela, o cidadão poderá se consultar com médicos de diversas especialidades e realizar exames gráficos e de imagem, tudo via SUS. A gestão será realizada via Organização Social (OS) e o atendimento, por meio do complexo regulador estadual, com horário agendado. Já estão previstas mais duas unidades, a serem inauguradas em Goianésia e Quirinópolis ainda durante o primeiro semestre deste ano.
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Secretaria de Estado da Comunicação – Goiás