Projeto de capacidade de resposta dos estados às emergências de saúde pública por Síndromes Respiratórias Agudas é destaque na Câmara Técnica de Epidemiologia

Fortalecer a capacidade de vigilância, preparação e resposta a eventos com potencial de se tornarem emergências de saúde pública, e em especial das Síndromes Respiratórias Agudas, é o objetivo geral de projeto que está sendo organizado em conjunto pelo Conass, Instituto Todos pela Saúde (ITPS) e Organização Pan-americana da Saúde (Opas/OMS).

O projeto em questão foi apresentado na Câmara Técnica de Epidemiologia realizada nos dias 21 e 22 de novembro, em Brasília, com a participação dos representantes das Secretarias Estaduais de Saúde.

O secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso,destacou o papel do ITPS, instituído com o apoio do setor privado durante a pandemia de Covid-19. “Foi um processo de muito aprendizado, que  rompeu preconceitos e mostrou a necessidade e a força das parcerias quando elas são calcadas em boas ideias”, disse.

Frutuoso afirmou ainda a importância de desde já nos prepararmos para futuras emergências e da importância de pensar em saúde de outras maneiras. “Inovar é preciso e isso deve ser buscado a todo o tempo”.

Para o representante do Instituto Todos pela Saúde, Vanderson Sampaio, o projeto reafirma a parceria com o Conass, com a Opas e com estados e municípios. “Somos amigos do Sistema Único de Saúde (SUS) e a nossa  intenção é a melhor possível. Temos feito muita análise de dados e nos debruçado em como dar sentido a essas informações, pois são elas que irão gerar as ações deste projeto que é agregador”, ressaltou.

Vale ressaltar que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a probabilidade de outra pandemia como a de Covid-19 é bem mais alta do que pensam alguns especialistas. Foi o que apresentou o coordenador de Vigilância, Preparação e Respostas a Emergências e Desastres da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Alexander Rosewell. Segundo os dados mostrados por ele, as chances são de 22% a 28% nos próximos 10 anos, e 47% a 57% nos próximos 25 anos.

Rosewell observou que, no contexto do aumento do risco de novas pandemias que pressionem os sistemas de saúde, o projeto vai ao encontro do desejo das instituições de trabalharem em conjunto em prol do fortalecimento da vigilância para vírus respiratórios e pela resiliência e preparação do sistema para o enfrentamento de novas pandemias que possam surgir.

Nereu Henrique Mansano, coordenador da CTEPIDEMIO, apresentou a estrutura do  projeto com objetivos específicos que vão desde o aprimoramento e disseminação da cultura de gestão de emergências em saúde pública nas SES, o que inclui a elaboração de planos de contingência com a participação de todas as áreas envolvidas neste enfrentamento, bem como pelo  apoio à organização de rede sentinela regionalizada para a vigilância das síndromes gripais e o aprimoramento da vigilância laboratorial dos vírus respiratórios através dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública.

Dentre as várias atividades, serão realizadas oficinas de Gestão de Emergências em Saúde Pública para diagnóstico situacional e elaboração de planos de trabalho em todas as SES que aderirem ao projeto.. “Nós aprendemos muito na pandemia, mas esperamos que a partir desse processo a gente esteja melhor preparado para futuras situações que demandem urgência na resposta do Sistema Único de Saúde”, disse Mansano.

Outro temas 

Nos dois dias do encontro, outras pautas importantes foram abordadas, como o Centro de Inteligência para a Gestão Estadual do SUS, apresentada pelo assessor técnico do Conass, Sandro Terabe e que tem como objetivo facilitar o acesso a um conjunto de informações para subsidiar a tomada de decisão e a consulta de dados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “Nosso maior desafio é fazer a integração dos dados da gestão estadual, seja da vigilância, seja da assistência, seja da regulação para que ele chegue à inteligência da gestão estadual, de maneira que os técnicos consigam compreender e decifrar o que é ser estratégico dentro desse sistema complexo que é o SUS”, enfatizou.

Letícia Cardoso, diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, afirmou ser importante estabelecer promovendo movimentos de alinhamento entre o Cieges e o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cieves) para que todas as estratégias confluam na geração de informação.

Houve ainda o debate sobre a situação das arboviroses e a preparação do Ministério da Saúde para o próximo período epidêmico; a situação epidemiológica e as perspectivas para sistematização das ações de Vigilância Epidemiológica em relação a Esporotricose; o Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde (PQAVS); a situação atual da mortalidade materna e infantil; a situação do desenvolvimento do Projeto “e-SUS Linha da Vida”, a prevenção da transmissão Vertical da Sífilis, HIV e HTLV e as perspectivas do  Programa Nacional de Imunizações  em relação ao Calendário de Vacinação em 2024, tanto para a rotina como  contra a Covid-19, bem como aspectos relacionados à  logística e situação de abastecimento dos imunobiológicos.

Ascom Conass

ascom@conass.org.br

(61) 322-3000

Galeria de Imagens
Conteúdo Relacionado