
Criado para otimizar o atendimento a pacientes com infarto agudo do miocárdio, o Programa Bate Coração acaba de completar o primeiro ano de funcionamento com resultados expressivos. Com 665 casos atendidos, 221 trombólises e 237 angioplastias realizadas, a iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), já se tornou referência para outros estados e até países, devido à sua abordagem inovadora no uso da tecnologia e integração entre unidades de saúde.
Entre os avanços, destaca-se a redução no tempo porta-balão, fundamental para salvar pacientes com infarto. Este termo refere-se ao tempo entre a entrada do paciente com suspeita de infarto agudo do miocárdio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou no hospital até a realização da angioplastia primária com balão.

A média de 196 minutos ainda representa um desafio, mas a descentralização do atendimento tem permitido que mais pacientes recebam a assistência necessária em tempo hábil. O uso da plataforma tecnológica Join, que interliga UPAs, hospitais, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Hospital do Coração Alagoano, tem sido essencial para agilizar diagnósticos e definir a melhor conduta médica em tempo real.

Beneficiado
Morador de União dos Palmares, na Zona da Mata de Alagoas, o professor Felipe Paulino, de 36 anos, é um dos exemplos da importância do Programa Bate Coração. Ele sofreu um infarto agudo do miocárdio, foi assistido no Hospital Regional da Mata (HRM) e, depois de ter seu problema de saúde diagnosticado, por meio do Programa Bate Coração, foi transferido para o Hospital do Coração (HC) Alagoano, em Maceió.
“Eu sou extremamente grato pelo Bate Coração. Tenho consciência que, se estou vivo, é devido a existência desta rede de assistência a pessoas com infarto, que interliga as unidades de saúde em prol de tratar da população”, disse o professor Felipe Paulino, que realizou cateterismo, angioplastia e colocou um stent no Hospital do Coração Alagoano.

Referência
Os resultados do primeiro ano do Bate Coração despertam interesse de outros estados e países, que veem na iniciativa um exemplo de como a tecnologia e a gestão integrada podem revolucionar o atendimento no SUS. Com o aprimoramento contínuo e a ampliação do programa, Alagoas caminha para se consolidar como referência no tratamento do infarto no Brasil.
Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, o Bate Coração é um programa que deve servir de orgulho para o povo alagoano, por ser referência internacional. Isso porque, representantes de estados como Sergipe, Rio Grande do Norte, Maranhão e Acre, e de países como Uruguai, África do Sul e Japão, já vieram conhecer o projeto.

“O programa Bate Coração funciona por meio da parceria entre 28 unidades espalhadas de norte a sul e de leste a oeste em Alagoas. Continuamos investindo em tecnologia e qualificação para salvar vidas. Por determinação do nosso governador Paulo Dantas, estamos devolvendo o mais rápido possível os pacientes acometidos por infarto agudo do miocárdio ao seio familiar”, enfatiza o secretário.

Interligação
Para o diretor do Hospital do Coração Alagoano, Otoni Veríssimo, a interligação entre unidades por meio da tecnologia é um diferencial estratégico do programa Bate Coração. “A grande diferença está na integração da rede. Essa conexão, coordenada pela equipe gestora e de cardiologistas do Hospital do Coração Alagoano, permite que o tratamento da emergência cardiológica chegue ao interior, garantindo que todos os casos de infarto agudo do miocárdio sejam acompanhados em tempo real pelos cardiologistas de plantão do nosso hospital”, destaca.

O médico Carlos Humberto Bezerra, um dos coordenadores do Programa Bate Coração, reforça que a meta é seguir aprimorando os tempos de atendimento e ampliar o alcance do programa. “Estamos conseguindo mudar o cenário do infarto em Alagoas. Antes, muitos pacientes morriam ou ficavam com sequelas graves porque não chegavam ao tratamento adequado a tempo. Agora, conseguimos intervir mais rápido, salvar mais vidas e reduzir impactos na saúde dos pacientes”, pontuou.
Repórteres Fotográficos: Juliete Bezerra, Marco Antônio e Neide Brandão / Ascom Sesau