Presidente do Conasems defende a sustentabilidade do SUS em seminário internacional

Judicialização, desfinanciamento e alta rotatividade entre gestores da saúde. Esses três desafios foram destacados pelo presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, nesta terça-feira (29/10). Ele defendeu a urgência de enfrentar esses pontos para garantir a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) durante a abertura do seminário internacional “O Desafio da Sustentabilidade dos Sistemas Universais de Saúde nas Américas”, promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

“Para o SUS entregar o que ele entrega, com essa resiliência, com todos esses arranjos de troca de gestão, subfinanciamento, desfinanciamento e judicialização é porque ele é um grande sistema de saúde, muito sólido e muito forte”, disse. No entanto, alerta: “se não atacarmos e enfrentarmos esses pontos, corremos um sério risco de ele se tornar insustentável”.

O presidente do Conass, Fábio Baccheretti Vitor, chamou a atenção para o comparativo entre o investimento em sistemas universais de saúde. Segundo ele, enquanto o Brasil investe US$ 600 dólares por ano, por habitante, no mesmo recorte, países mais ricos colocam de US$ 2.500 a US$ 3.000. “É uma distância muito grande e mesmo assim tivemos excelentes indicadores vinculados à pandemia”, exemplificou.

“O SUS consegue fazer muito com muito pouco”, disse Baccheretti, mencionando a eficiência e a governança do serviço prestado no Brasil como algo a ser “copiado”.

Hamida também abordou o papel do Congresso Nacional nessa questão. Os gastos em saúde no país que, apesar de ter um sistema de saúde pública financiado pela arrecadação de impostos e outras fontes, apresenta maior participação do gasto privado. “É só a gente comparar o volume de recurso que um e outro tem e o que o SUS entrega”, disse, ressaltando a eficiência do Sistema.

Início de mandatos

Nesse contexto de início de novos mandatos, estima-se que 4 mil novos secretários municipais assumam em janeiro de 2025. Segundo Hamida, cerca de 3 mil sequer tiveram contato com a gestão anteriormente. Diante disso, ele reitera a importância da capacitação em saúde como um dos pilares fundamentais para o SUS.

“Qual a formação que a gente precisa ter para garantir um SUS com profissionais que venham ao encontro das necessidades do Sistema Único de Saúde?”, questionou.

Sobre o seminário

Com o objetivo de debater sobre como os sistemas de saúde precisam se organizar para vencer as realidades impostas, o Conass promove o seminário internacional “O Desafio da Sustentabilidade dos Sistemas Universais de Saúde nas Américas”. Os dois dias de atividade (29 e 30 de novembro) derivarão em uma coletânea com artigos preparados pelos expositores.

Fonte: Lívia Palmieri – assessoria de comunicação do Conasems