Com objetivo de reduzir a mortalidade causada por complicações e as internações decorrentes das infecções pelos vírus respiratórios, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) orienta a população para a prevenção e controle das Síndromes Gripais (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo a diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, é de fundamental importância que a população se atente para a higiene e adote hábitos essenciais, a fim de reduzir o risco de adquirir ou transmitir a doença.
Entre as medidas de controle que devem ser seguidas estão: higienizar as mãos com água e sabão; proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) boca e nariz, ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação; pessoas com síndrome gripal devem evitar aglomerações em ambiente fechado e contato com outras pessoas suscetíveis; gestantes e grupos de risco, devem buscar o mais rápido possível o serviço de saúde caso apresente sintomas de síndrome gripal; pessoas com casos suspeitos ou confirmados devem ficar em repouso, utilizar alimentação balanceada e aumentar a ingestão de líquidos, além de evitar o compartilhamento de utensílios como pratos, copos, talheres, entre outros.
A Sespa, por meio do Departamento Vigilância Epidemiológica desenvolve estratégias de prevenção e combate às SG e SRAG. Foram traçadas metas emergenciais para o fortalecimento do atendimento de pessoas com suspeita de vírus respiratório, além da assistência adequada aos pacientes com casos confirmados. A Secretaria está intensificando o trabalho de sensibilização das equipes de hospitais e unidades de saúde para a notificação e o manejo clínico do paciente, além da investigação de todos os casos confirmados.
Os sintomas da SG são febre acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia. A SRAG apresenta todos os sintomas da SG e mais a hemoptise (expectoração com sangue), dor torácica e a dispneia, que é a falta de ar. Nesse caso, deve ser iniciada terapêutica imediata de suporte incluindo hidratação venosa e oxigenoterapia, começar o tratamento com Fosfato de Oseltamivir, e realizar coleta de amostra de secreção nasofaringeana até o sétimo dia do início dos sintomas.
A pesquisa de vírus respiratório é feita pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) que encaminha para a análise no Instituto Evandro Chagas (IEC), referência no Estado, que atende toda a região Norte e parte do Nordeste. Atualmente, são notificados apenas os casos de gripe que apresentam SRAG.
Este ano, já houve 125 notificações de SRAG, com 45 resultados positivos, sendo 26 de H1N1, um de H3N2, nove de Influenza B, além de 01 para Influenza A inconclusivo e oito de outros vírus sazonais. Também foram confirmados nove óbitos, cinco por H1N1, um por H3N2 e três por Influenza B. Até sexta-feira, 10, estavam sendo investigados 20 casos de pessoas com suspeita de vírus respiratórios, inclusive que vieram a óbito.
De acordo com Ana Lúcia Ferreira, os vírus estão circulantes e, em virtude do período de chuvas, aumenta a probabilidade de disseminação. Ela reiterou que os profissionais de saúde precisam cumprir rigorosamente o protocolo do Ministério da Saúde em relação ao manejo clínico de pacientes com SG e SRAG. “É de suma importância que estes profissionais se atentem para o tratamento imediato de todos os pacientes com síndrome gripal com fatores de risco, principalmente em casos de síndrome respiratória aguda grave, para reduzir o risco de complicações”, destacou.
Anualmente é realizada no país a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que este ano começou no dia 15 de abril e encerrou-se nesta sexta-feira, 10. O Pará alcançou o índice de 83% de cobertura de vacinação na população mais susceptível a desenvolver a forma grave da doença. O número ultrapassou a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, que era de 80%. A vacina protege contra três tipos de vírus: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e o Influenza B.
Receberam a dose da vacina, idosos com mais de 60 anos, crianças de seis meses a dois anos, indígenas, gestantes, mulheres no período de até 45 dias após o parto, pessoas privadas de liberdade, profissionais de saúde, além das pacientes com doenças crônicas do pulmão, coração, fígado, rim, diabetes, imunossupressão e transplantados.
Texto: Edna Sidou
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