Ministério da Saúde lança campanha para incentivar doação de sangue

Campanha de Doação de Sangue
Ação busca conscientizar sobre a importância da doação para manter estoques abastecidos. Cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas

Urgências e emergências, cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas frequentemente necessitam de transfusão sanguínea. Com a mensagem “Quando você doa sangue ajuda a salvar muitas vidas, doe sangue regularmente”, o Ministério da Saúde lança, nesta quarta-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue, campanha para conscientização sobre a importância da doação. A pasta também alerta que, nesta época do ano, costuma ocorrer uma baixa nos estoques de sangue, devido à proximidade das férias escolares, festas juninas, além da mudança de estação, com a chegada do inverno.

Aproximadamente 1,4% da população brasileira doa sangue, o que representa 14 pessoas a cada mil habitantes e um total de 3.159.774 milhões de doações de sangue por ano no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso significa que o Brasil está dentro da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que 1% a 3% da população de cada país deve ser doadora. No entanto, o Ministério da Saúde reforça a importância de aumentar o número de doadores para manter os estoques de todo país regulares, sem risco de desabastecimento. Cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas.

Na rede pública de saúde, todo sangue coletado é testado e liberado para uso após segurança comprovada. Além da sorologia, cem por cento da coleta passa pelo Teste NAT, desenvolvido por Biomanguinhos/Fiocruz, que reduz a chamada janela imunológica para HIV, hepatites C e B, tempo em que o vírus já está presente no doador e ainda não foi possível detectá-los. Recentemente, iniciou-se a implantação do novo parque tecnológico, kit NAT-PLUS, com a inclusão da malária como novo alvo de detecção.

O Brasil possui 2.097 serviços de hemoterapia (coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, agências transfusionais). Uma das estratégias da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados é o fortalecimento das estruturas de serviços, como por exemplo, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).

Hemobrás 

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia garante aos pacientes do SUS o fornecimento de medicamentos derivados do sangue e/ou obtidos por meio de engenharia genética, com produção nacional. Com o estabelecimento de parcerias, a empresa está reestruturando suas atividades e negociando contratos para 2024, como forma de ampliar a produção de hemoderivados.

Atualmente, a importação de medicamentos para atender aos pacientes com hemofilia e outras doenças relacionadas à coagulação sanguínea, cuja assistência é ofertada 100% pelo SUS, supera R$ 1,5 bilhão/ano. Desta forma, o pleno funcionamento da Hemobrás é um passo fundamental para o Brasil reduzir a sua dependência externa no setor de derivados do sangue e biotecnologia. O recolhimento do plasma excedente nos serviços de hemoterapia em 2022 foi de aproximadamente 100 mil litros e a previsão para 2023 é ultrapassar 150 mil litros. Para o próximo ano, a expectativa é coletar mais de 200 mil litros.

PEC nº 10 

O Ministério da Saúde se posiciona contra a Proposta de Emenda à Constituição Nº 10 de 2022, que pretende alterar a Constituição para autorizar a coleta e o processamento de plasma humano pela iniciativa privada. Se aprovado na forma como está, pode causar prejuízos para a Rede de Serviços Hemoterápicos no Brasil e para o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados.

Caso a PEC 10/22 seja aprovada, o incentivo financeiro para doações de componentes sanguíneos e as campanhas mercadológicas pelo comércio de plasma poderão refletir na diminuição de doações voluntárias para a rede pública de saúde, afetando os atendimentos. Além disso, a desestruturação da cadeia de suprimentos na rede pública pode impactar na capacidade de oferta de sangue para regiões mais remotas e até em grandes centros – inclusive, o sangue coletado no Brasil poderá ser enviado para outros países, desabastecendo o mercado nacional.

FREQUÊNCIA DE COLETA DE SANGUE 2020 – 2022 

UF / Região

Coleta 2020

Taxa por 1000 habitantes 2020

Coleta 2021

Taxa por 1000 habitantes 2021

Coleta 2022

Taxa por 1000 habitantes 2022

DF

52.705

16,35

50.115

15,27

50.481

15,11

GO

112.012

15,96

115.431

16,27

126.162

17,60

MS

46.622

16,65

49.674

17,57

49.058

17,19

MT

55.282

16,00

59.369

17,01

71.965

20,43

Centro Oeste

266.621

16,16

274.589

16,45

297.666

17,62

AL

40.932

11,97

41.096

11,97

45.934

13,33

BA

158.987

10,24

170.223

10,93

178.654

11,44

CE

90.366

9,85

97.640

10,58

99.899

10,77

MA

71.749

10,08

80.786

11,29

88.407

12,30

PB

75.888

18,52

80.989

19,66

87.191

21,05

PE

148.830

15,42

158.685

16,35

161.943

16,59

PI

41.670

12,89

48.223

14,90

50.346

15,54

RN

51.827

14,40

59.541

16,42

65.518

17,92

SE

22.604

9,61

24.551

10,35

25.931

10,84

Nordeste

702.853

12,08

761.734

13,03

803.823

13,69

AC

11.816

13,63

12.981

14,77

12.150

13,65

AM

52.689

12,43

55.153

12,84

67.259

15,46

AP

11.689

13,87

13.137

15,32

14.381

16,49

PA

83.351

9,66

84.124

9,66

96.492

10,98

RO

27.873

15,00

29.791

15,89

31.356

16,59

RR

10.014

18,31

12.088

21,79

13.830

24,60

TO

19.931

12,46

20.648

12,79

22.306

13,69

Norte

217.363

11,70

227.922

12,13

257.774

13,58

ES

70.028

16,92

58.673

14,04

71.340

16,92

MG

286.218

13,34

292.024

13,55

288.721

13,34

RJ

156.948

9,26

158.291

9,30

159.225

9,32

SP

728.480

15,81

743.882

16,04

734.654

15,75

Sudeste

1.241.674

14,01

1.252.870

14,06

1.253.940

14,00

PR

215.626

18,69

195.589

16,85

214.114

18,35

RS

210.430

18,43

204.302

17,85

212.832

18,56

SC

104.098

14,33

118.527

16,12

119.625

16,09

Sul

530.154

17,54

518.418

17,05

546.571

17,88

BRASIL

2.958.665

13,95

3.035.533

14,22

3.159.774

14,71

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Ministério da Saúde

Foto: Walterson Rosa/MS