Hepatites virais: conheça os serviços oferecidos pelo SUS para tratamento, diagnóstico e prevenção

Campanha Julho Amarelo chama atenção para prevenção e tratamento da doença. Cobertura vacinal de hepatite B no DF atingiu mais de 100%

A cobertura de imunização contra hepatite B no Distrito Federal (DF) nos primeiros cinco meses de 2024 foi de 85%, acima da média nacional, com 12.047 doses aplicadas. Além disso, vacinas oferecidas nas maternidades para crianças com menos de 30 dias atingiram 116,6% do público, com 16.440 aplicações – que incluem moradores do Entorno que nascem no DF. As hepatites virais B, C e D são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado e são consideradas um grave problema de saúde pública no mundo.

De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais da Secretaria de Saúde, entre 2019 e 2023, o Distrito Federal registrou 1.412 novos casos de hepatites virais, sendo 38% de hepatite B, 61,8% de hepatite C e 0,1% de hepatite D. O documento também aponta que houve uma queda nos coeficientes de detecção: hepatite B caiu de 4,1 para 2,7 por 100 mil habitantes e hepatite C foi de 6,7 para 4,6 no mesmo período.

De acordo com a Gerênte de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis Beatriz Maciel Luz (Gevist), as hepatites virais B, C e D são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado e que são consideradas um grave problema de saúde pública no mundo. Foto:Jhonatan Cantarelle 

Desde 1989, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta a vacina de hepatite B para toda a população. Não existe vacina para a hepatite C, mas medicamentos disponíveis no SUS permitem a cura na grande maioria dos casos tratados.

A gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da SES-DF, Beatriz Maciel, alerta que a hepatite nem sempre apresenta sintomas. “Os mais frequentes, na fase inicial da doença, são náusea, vômitos, mal-estar, dor de cabeça e perda do apetite. A urina escura (colúria) e as fezes esbranquiçadas (acolia) antecedem a fase ictérica (pele e olhos amarelados) que, em geral, coincide com alteração das provas de função hepática”, explica.

A profissional aponta que quem já teve hepatite deve procurar um médico para realizar exames e descobrir qual o tipo específico da doença. Ao avaliar os resultados, o especialista indicará quais vacinas o paciente deve tomar para se proteger. Segundo a Maciel, todas as pessoas precisam ser testadas de hepatite pelo menos uma vez na vida.

A rede pública do DF conta com uma cadeia de assistência a pacientes com doenças infecciosas que começa nas UBS’s e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Cedin | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília

Os testes rápidos para detecção da infecção pelos vírus B ou C estão disponíveis para toda a população na rede do SUS do DF. O exame é obrigatório para todas as gestantes no 1º trimestre de gestação ou quando iniciar o pré-natal.

José Antônio Soares, de 33 anos, morador de Planaltina, teve hepatite B e faz acompanhamento no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). Ele acredita que descobrir precocemente o diagnóstico facilitou o tratamento. “Hoje estou curado e agradeço à equipe do Cedin pelo apoio. Descobri fazendo o teste rápido e fui encaminhado para tratamento e orientação, foi muito efetivo”, comemora.

De 2019 a 2023, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), no Distrito Federal, ocorreram 91 óbitos que tiveram como causa básica as hepatites virais B ou C, sendo 19 por hepatite B e 72 por hepatite C. Em 2023, os maiores coeficientes de detecção de hepatite B por 100.000 habitantes foram verificados nas faixas etárias de 40 a 49 anos, com 4,8%.

Michele Horovits, da agência saúde | Edição Willian Cavalcanti