Covitel 2023 apresenta resultados sobre a saúde dos jovens brasileiros

Foi lançado ontem (29), a segunda edição do Covitel, o estudo de monitoramento dos fatores de risco para doenças crônicas no Brasil.  A pesquisa traz informações sobre prática de atividade física, hábitos alimentares, saúde mental, estado de saúde, prevalências de hipertensão arterial e diabetes, consumo de álcool, tabagismo e poluição do ar.

A pesquisa destacou uma piora nos hábitos de saúde, especialmente entre as pessoas mais jovens, na faixa etária entre 18 e 24 anos. Os pesquisadores identificaram que 40,3% estão com excesso de peso. A obesidade aumentou 90% nesta faixa etária – de 9% para 17,1%; 31,6% já receberam diagnóstico médico de ansiedade e 14,1%, de depressão; 32,6% relataram episódio de consumo abusivo de álcool. Além disso, são as pessoas que menos consomem frutas, verduras e legumes e os que mais consomem refrigerantes e sucos artificiais.

“Temos que dar visibilidade a essa pauta para que possamos nos comunicar com a sociedade, porque esses agravos de saúde têm sido uma das maiores causas de mortalidade no Brasil. Por isso, já estamos criando uma coordenação somente para cuidar desse tema e usar essas informações para traçar estratégias de políticas públicas”, disse Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente do Ministério da Saúde.

Para o coordenador técnico e assessor para Relações Internacionais do Conass, Fernando Cupertino, entender o cenário, o que impacta esses hábitos, diagnósticos e tratamentos, é fundamental para fortalecer a capacidade analítica dos gestores e orientar as prioridades, o planejamento e as ações relacionadas às políticas públicas de saúde de enfrentamento dessas condições crônicas. “Esses dados são muito relevantes para tomadas de decisões e para entendermos que a promoção da saúde é necessária, mas que deve ser feita em conjunto com o poder público  e parceiros para que possamos reduzir acidentes, violências e fatores de riscos que têm atingido os jovens no Brasil”, falou.

Para o diretor-executivo da Vital Strategies Brasil, Pedro de Paula, a Covitel apresenta informações robustas para a análise da situação de saúde da população em um momento ímpar que, muito provavelmente, trará implicações para a saúde das pessoas nos próximos anos e até mesmo nas próximas décadas. “Dados são fundamentais para monitorar políticas públicas de saúde. Essa piora nos comportamentos gera uma preocupação a curto, médio e longo prazo. Precisamos prevenir e melhorar cada vez mais as políticas de saúde”, alertou.

A pesquisa foi realizada entre 2 de janeiro e 15 de abril, nas cinco regiões do país, pelo instituto Vital Strategies Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Umane.

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