A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021–2030 com o propósito de criar sistemas de saúde mais seguros e resilientes em todo o mundo. Esse plano estabelece sete objetivos estratégicos que funcionam como um verdadeiro guia para transformar a cultura, as práticas e a governança em torno da segurança do paciente. Mais do que uma diretriz, ele representa um chamado à ação, à responsabilidade compartilhada e à construção de um novo patamar de cuidado – centrado no paciente, proativo na gestão de riscos e orientado por evidências.
E para refletir profundamente sobre os principais desafios relacionados a cada um desses objetivos estratégicos, o Conass realiza hoje e amanhã (02), a Câmara Técnica do Conass de Segurança do Paciente, com a participação dos técnicos das secretarias estaduais de saúde. “Essa é uma oportunidade preciosa de olharmos com coragem para os obstáculos que ainda persistem, mas, principalmente, de criar caminhos viáveis e transformadores para superá-los. O que está em jogo é mais do que metas e indicadores: é a integralidade do cuidado, a confiança dos cidadãos e a nossa capacidade de garantir que ninguém seja prejudicado enquanto busca ajuda no Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse a coordenadora Câmara Técnica e assessora técnica do Conselho, Carla Ulhoa.
Paulo Sousa, diretor do Centro Colaborador da OMS para Educação, Investigação e Avaliação da Segurança e Qualidade nos Cuidados de Saúde, apresentou os principais pontos do Plano global e destacou que o principal objetivo é atingir globalmente o máximo possível de redução de danos inevitáveis devido a cuidados de saúde inseguros. “Queremos que nos próximos 10 anos, as pessoas do mundo tenham acesso aos serviços de saúde com segurança e qualidade. Para isso, o plano sugere estratégias e iniciativas adotadas nos cuidados de saúde, e mostra as áreas específicas que necessitam de atenção e investimento”, disse.
Para o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, com a participação ativa dos técnicos na Câmara Técnica, será mais um passo importante para o Brasil avançar nas políticas voltadas para segurança do paciente. “O documento que será elaborado após este encontro será levado para o Ministério da Saúde para que o trabalho que vocês estão realizando avance cada vez mais”, comentou.
Já a secretária de saúde do Rio de Janeiro e membro da Câmara Técnica, Cláudia Melo, ressaltou que o papel da reunião é de extrema importância para que cada estado com suas realidades distintas, mas compartilhando o mesmo horizonte, cheguem a 2030 com sistemas mais seguros, profissionais mais preparados, gestores mais engajados e cidadãos mais protegidos. “É uma construção de um tema que devemos avançar cada vez mais no país. Trabalhamos o plano global em 2022 com oficinas robustas e hoje queremos criar um plano nacional para que os estados consigam ter diretrizes cada vez melhores”, pontuou.
Outro ponto importante do encontro, foi a apresentação realizada por Olavo Viana, consultor do Centro de Inteligência Estratégica para a Gestão do Sistema Único de Saúde (Cieges), sobre os resultados do Plano Global de Segurança do Paciente aplicado por meio do Cieges nos estados. “O Conass elaborou um questionário orientador alinhado aos objetivos do plano, o que possibilitou um diagnóstico preciso das áreas com oportunidades para melhorias. Com base nesse diagnóstico será possível definir metas e objetivos concretos em prol da qualidade e segurança do paciente nos cuidados prestados nos próximos anos no País”, comentou.
Carla finalizou dizendo que é preciso assumir juntos o compromisso de transformar os aprendizados em políticas concretas, os erros em melhorias contínuas e os diagnósticos em ação estruturada. “Mudar a forma como vemos e priorizamos a segurança do paciente começa com uma decisão política e técnica de alto impacto. Precisamos fazer essa escolha todos os dias”, finalizou.
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Assessoria de Comunicação do Conass