“O negócio é bom para o freguês, porque agora ele não paga nada. É bom para a farmácia, porque o cliente acaba comprando mais alguma coisa. É bom para os laboratórios porque, vendendo grandes quantidades ao Ministério da Saúde, ganham com a expansão do mercado”. Com essa frase, o jornalista Elio Gaspari conseguiu resumir em algumas palavras os benefícios da rede Farmácia Popular, incentivo promovido pelo Programa Saúde Não Tem Preço do Governo Federal.
Por meio da rede as pessoas que sofrem com hipertensão e diabetes, por exemplo, recebem remédio de graça para tratar as doenças. Somente em janeiro de 2012, 3,2 milhões de pacientes retiraram esses medicamentos em mais de 20.300 farmácias credenciadas, mais que o triplo do registrado em janeiro do ano passado. A quantidade de hipertensos beneficiados saltou 309%, de 658.648 em janeiro para 2.697.152 em dezembro de 2011. Já o número de diabéticos beneficiados aumentou 223%, passando de 306.826 para 990.453 no mesmo período.
Além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, o programa resulta em economia de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que, desde seu lançamento, o número de internações por conta de diabetes e de hipertensão diminuiu. Em 2011, foram menos 8,4 mil internações por causa da hipertensão e 2,7 mil a menos por causa da diabetes.
Doenças – A hipertensão arterial atinge 23,3% da população adulta brasileira (maiores de 18 anos), de acordo com o estudo Vigilância de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2010, que considera o diagnóstico médico referido pelo entrevistado. Ainda pelo Vigitel, a diabetes atinge 6,3% da população adulta, sendo maior em mulheres 7% do quem em homens, 5,4%.
Saiba como pegar remédios para diabetes e hipertensão:
– Procure farmácias e drogarias privadas credenciadas ou a rede de Farmácia Popular e apresente o CPF próprio, receita médica válida e documento com foto
– A receita deverá ser prescrita por um médico, que pode ser particular ou do SUS. A validade das receitas varia da seguinte forma: anticoncepcionais valem 1 ano; demais medicamentos e fraldas geriátricas valem 120 dias
– No caso de menores de idade, o CPF dos pais é aceito, até que ele providencie um próprio. Há um limite de remédios por CPF
– A farmácia tira uma cópia da receita e a devolve ao paciente
– A farmácia emite duas vias para a pessoa assinar. Uma delas fica com o cliente e a outra permanece com a farmácia
– Para os analfabetos, será aceita a digital
– As farmácias e drogarias que se negarem a entregar os remédios sofrerão as penalidades previstas na própria Portaria, podendo inclusive ser descredenciadas do programa. Basta denunciar no telefone da Ouvidoria: 136
O diretor de assistência farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Jr., participou do programa Bem Estar, da Rede Globo, e tirou todas as dúvidas sobre diabetes e hipertensão e como pegar os remédios nas farmácias populares.