A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou na manhã desta sexta-feira, 1º, um workshop de abertura do Ciclo II do PlanificaSus, projeto realizado em parceria com o Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Hospital Albert Einstein para o organização da Atenção Primária em rede com a Atenção Ambulatorial Especializada. A capacitação foi realizada no auditório do Centro Universitário Estácio de Sergipe.
O workshop envolveu gestores e técnicos da Secretaria de Estado da Saúde e dos municípios que compõem as Regiões de Saúde de Lagarto e Itabaiana, objetos do projeto que, em Sergipe, trabalha a organização da linha de cuidados materno-infantil. Contou também com a presença da assessora técnica do Conass, Maria José Evangelista, e do coordenador nacional do PlanificaSus pelo Hospital Albert Einstein, Marcio Paresque.
O diretor de Atenção Integral à Saúde, João Paulo Brito, destacou a ousadia do Estado de Sergipe em trabalhar a linha materno-infantil, elencando prioritariamente a mortalidade materno-infantil e a qualificação do pré-natal de risco habitual e de alto risco.“Soma-se a essa complexidade toda a dificuldade gerada pela pandemia, de modo que a etapa anterior do PlanificaSUS foi marcada por processos muito difíceis de construção, tendo em vista que os municípios são a peça central do desenvolvimento da Estratégia de Saúde da Família (ESF), por serem os gestores da Atenção Primária e nesse mesmo período estavam enfrentando a pandemia, reorganizando todos os seus processos. Mas, já podemos identificar processos mais interessantes como a mudança no cuidado da gestante de risco habitual e o avanço no cuidado da gestante de alto risco”, disse.
Salientou que neste segundo ciclo uma das prioridades a ser trabalhada é a qualificação dos ambulatórios de especialidades para a linha materno-infantil, tendo como foco a sua organização e regionalização. Adiantou que outra meta para este segundo ciclo é a expansão do projeto para alcançar um número maior de equipes da Atenção Primária e assim abranger todas as duas regiões.
O coordenador nacional do PlanificaSus pelo Hospital Albert Einstein, Marcio Paresque, informou que para esta fase do projeto o objetivo é dar continuidade à implantação da metodologia da planificação da Atenção à Saúde, que se iniciou no Estado em 2019. “Neste segundo ciclo vamos qualificar um pouco mais os processos de trabalho que foram disparados na fase um, mas trazendo novas discussões, como o autocuidado apoiado; o próprio processo de integração entre a Atenção Primária e Especializada, um desafio que a gente considera importante para o processo de compartilhamento do cuidado; a transversalidade da segurança do paciente dentro da planificação; e o cuidado paliativo”, relacionou.
Sobre o cuidado paliativo, Paresque salientou que há leitura no campo da saúde de que esta é uma atribuição específica da Atenção Hospitalar. “E não é. Por isso vamos trazer essa discussão pra dentro da Atenção Primária e da Atenção Ambulatorial Especializada, da mesma forma que vamos trabalhar a integração da Vigilância em Saúde com estes pontos da rede, porque também há uma impressão de que a Vigilância é um processo separado da assistência e isso não é verdade e, como ficou evidenciado na pandemia, é algo que faz parte do cotidiano dos serviços assistenciais de saúde”, atestou.
Segundo o coordenador nacional do PlanificaSus, neste novo ciclo também haverá um olhar para o que se trabalhou na etapa anterior, como o cadastro, importante na pandemia e para os indicadores do Previne Brasil; a organização da sala de vacina; o acesso e a garantia do acesso aos serviços; o processo de gestão do cuidado; da estratificação de risco como um ponto crucial para fazer o cuidado da condição crônica, entre outros processos trabalhados.
A assessora técnica e coordenadora nacional do PlanificaSus pelo Conass, Maria José Evangelista , lembrou que a planificação da Atenção à Saúde é um projeto construído pelo conselho. “Quando andamos pelo Brasil inteiro para fazer a implantação da rede por linha de cuidado vimos a fragilidade da Atenção Primária presente ainda nos vários municípios brasileiros e, por conta disso, desenvolvemos o projeto há mais de 10 anos e desde então vínhamos batalhando para implantá-lo nos Estados que fizessem a adesão”, conta
Mas, segundo ela, o Conass ficou sem perna e buscou a parceria com o Hospital Albert Einstein, através do Proad, que tem a parceria do Ministério da Saúde, Estados, municípios e os seis hospitais de excelência do país. “Implantamos o PlanificaSus que é um instrumento de gestão, organização e capacitação da Atenção Primária e da Atenção Ambulatorial Especializada”, enfatizou.
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Fonte: Governo de Sergipe