Primeiro episódio aborda a resistência do bacilo ao tratamento poliquimioterápico e os efeitos na vida de uma família de Jardinópolis, interior de São Paulo
A campanha Todos Contra a Hanseníase lançou um canal de podcasts que vai contar histórias de pacientes e profissionais de saúde que combatem a doença no Brasil. O primeiro episódio aborda a resistência do bacilo ao tratamento poliquimioterápico e os efeitos na vida de uma família de Jardinópolis, interior de São Paulo.
O esquema medicamentoso usado para o tratamento da hanseníase foi adotado em 1982 e é composto por drogas descobertas em 1937 (a dapsona), 1962 (a clofazimina) e 1965 (a rifampcina). Nos últimos anos, centros de referência que atendem aos pacientes em todo o país têm registrado casos de recidiva (quando a doença volta a aparecer em pacientes já tratados anteriormente) que indicam resistência do bacilo aos medicamentos.
O médico hansenologista Marco Andrey Cipriani Frade, coordenador do Centro de Referência em Dermatologia Sanitária com Ênfase em Hanseníase do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, conta as dificuldades dos profissionais em adotar procedimentos com drogas substitutivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que não oferece a medicação.
No episódio, Donizete Dantas dos Santos, um pintor de paredes que busca a aposentadoria pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), conta como foi diagnosticado nos anos 1990. Durante 20 anos ele tratou efeitos da hanseníase, como dores nas articulações, pelo fato de não ter respondido adequadamente ao tratamento quando teve o primeiro diagnóstico. Os efeitos de medicações como a cortisona agravaram sua condição física, já afetada pela hanseníase.
Para Marco Andrey, as incapacidades provocadas pela doença e o fato de o paciente seguir transmitindo o bacilo resistente ao tratamento disponível na rede pública são os efeitos mais graves da ineficácia do tratamento. “Se torna uma questão grave de saúde pública. Por que o paciente transmite um tipo de bacilo que não responde à única medicação disponível no SUS”, afirma.
As histórias são conduzidas pela jornalista Daniela Antunes, de Ribeirão Preto (SP). A agência de assessoria de imprensa Texto & Cia Comunicação, da qual Daniela é sócia, criou e gerencia a campanha nacional Todos Contra a Hanseníase, da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH).
“Há vários anos ouvimos e vemos histórias de uma gente muito corajosa, que trabalha para tratar uma doença estigmatizada e subdiagnosticada, e também dos pacientes, que têm de superar desafios pessoais, sociais e financeiros para tratar uma doença que tem cura e que ainda faz muita vítima Brasil adentro”, fala a jornalista. O roteiro e a edição dos episódios também são de Daniela.
O canal Todos Contra a Hanseníase está disponível no Spotify, Google Podcasts, Deezer e outros agregadores como Breaker, Overcast e Pocket Casts.
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Fonte: TEXTO & CIA Comunicação